Descrição do animal

O Homo neanderthalensis, popularmente conhecido como Homem de Neandertal, é uma espécie extinta do gênero Homo que habitou a Europa e partes da Ásia Ocidental aproximadamente de 400.000 a 40.000 anos atrás, durante o Pleistoceno Médio e até o início do Pleistoceno Superior. Este período foi marcado por eras glaciais intercaladas com períodos mais quentes, exigindo adaptações significativas dos Neandertais para sua sobrevivência.

Os Neandertais eram robustos e musculosos, adaptados ao ambiente frio de sua época. Em média, os homens tinham cerca de 164 a 168 cm de altura, enquanto as mulheres eram um pouco mais baixas. Eles possuíam crânios grandes, com capacidade craniana muitas vezes igualando ou até superando a média dos humanos modernos, indicando um cérebro grande. Seus rostos eram largos e apresentavam narizes proeminentes, características que possivelmente ajudavam na umidificação e aquecimento do ar frio antes de ser inalado.

Uma das características mais distintas dos Neandertais era a sua robustez esquelética, com ossos mais grossos e fortes que os dos humanos modernos. Essa constituição física sugere uma grande força física, uma vantagem em ambientes árduos e para caçar grandes animais. A dieta dos Neandertais era predominantemente baseada em carne, proveniente de caças como renas, bisões e mamutes, embora evidências recentes também apontem para o consumo de plantas e até mesmo a prática de cozinhar alimentos vegetais.

Os Neandertais eram habilidosos fabricantes de ferramentas, utilizando a técnica Levallois para produzir lâminas e pontas de lança a partir de núcleos de pedra. Eles também são conhecidos por terem utilizado ossos, dentes e marfim para criar ferramentas e ornamentos, sugerindo uma certa complexidade cultural. Além disso, evidências de sepultamentos intencionais, possivelmente com oferendas, indicam uma forma de consciência espiritual ou de respeito pelos mortos.

A arte dos Neandertais, embora não tão prolífica quanto a de seus sucessores Homo sapiens, inclui a criação de pequenos objetos decorativos e possivelmente a utilização de pigmentos minerais para coloração corporal ou decorativa. Isso sugere um nível de pensamento simbólico e talvez até mesmo uma forma de linguagem.

Interessantemente, pesquisas genéticas revelaram que os Neandertais e os humanos modernos não apenas coexistiram, mas também interagiram e se cruzaram em várias ocasiões. Como resultado, a maioria dos humanos fora da África subsaariana possui de 1% a 2% de DNA neandertal, o que é uma testemunha da nossa conexão compartilhada e do legado complexo desses nossos antigos primos.

Embora os Neandertais tenham eventualmente desaparecido, as razões para sua extinção ainda são objeto de estudo e debate. Mudanças climáticas, competição com humanos modernos, e até susceptibilidade a doenças são algumas das hipóteses propostas. O estudo dos Neandertais continua a lançar luz sobre a evolução humana, desafiando nossas percepções sobre o que significa ser humano e como nos relacionamos com o mundo natural ao nosso redor.